No caso do divórcio de um casamento, o direito de família alemão pode ser aplicável por decisão do BGH, mesmo quando o casal viveu no exterior por muito tempo (Az.: XII ZB 543/20).
Quando um casamento com ligação ao estrangeiro é dissolvido, muitas vezes surge a questão de qual legislação nacional deve ser aplicada. O direito internacional de família orienta-se nos pedidos de pensão pelo Protocolo de Haia sobre Pensão Alimentícia (HUP). Deste modo, a última residência comum habitual do casal é um critério importante para a questão de qual legislação nacional será aplicada, explica a firma de advogados MTR Rechtsanwälte, que também assessoriza seus clientes em direito internacional de família.
No entanto, o BGH destacou na sua decisão de 11.05.2022 que o local de residência habitual do beneficiário da pensão pode ser substituído se existir uma conexão mais estreita com o direito de outro estado. Isso pode ser o caso, por exemplo, quando a estadia no exterior é temporária devido a obrigações profissionais.
No caso em questão, dois cidadãos alemães viveram inicialmente por vários anos na Escócia. O homem então assumiu um emprego com uma multinacional que previa que ele, como chamado expatriado, trabalharia temporariamente em diferentes locais internacionais da empresa. Assim, o casal se mudou primeiro para os Países Baixos, onde se casaram. Depois seguiram para Brunei e, posteriormente, para os EUA (Texas). Lá, o casamento foi dissolvido por um tribunal distrital. O casal havia previamente acordado um pacto sobre as consequências do divórcio.
Enquanto o homem continuou a viver no Texas, a mulher mudou-se para a Alemanha após o divórcio. Aqui ela reclamou por pensão pós-divórcio. A ação não teve sucesso nas primeiras instâncias, pois os tribunais consideraram o direito texano aplicável. No entanto, o BGH teve visão diferente.
A estadia no Texas não foi concebida para ser permanente, pois o homem era regularmente transferido. O critério da última residência comum habitual não é, portanto, decisivo. É necessária uma consideração global para determinar se existe uma conexão mais estreita com o direito de outro estado, de modo que o local de residência habitual do beneficiário da pensão fique em segundo plano, segundo o BGH.
Também na UE não existe um direito de família internacional uniforme. Isso deixa claro que acordos importantes, como em um contrato de casamento, devem ser feitos precocemente. Advogados experientes em direito internacional de família assessoram.